NOTIMP - NOTICIÁRIO DA IMPRENSA
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
NOTIMP 190/2025 - 09/07/2025
ITA desenvolve simulador inédito para avaliação de radares militares sob interferência
Software fortalece pesquisas militares e formação especializada
Redação Forças De Defesa | Publicada em 08/07/2025
Um software desenvolvido por pesquisadores militares e civis do Programa de Pós-Graduação em Aplicações Operacionais (PPGAO) do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) foi oficialmente registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A ferramenta, denominada Simulador Avançado de Radar, representa um avanço estratégico na área de Guerra Eletrônica, ao proporcionar um ambiente virtual robusto para avaliação do desempenho de radares militares sob condições de interferência eletrônica.
O desenvolvimento do software foi conduzido por uma equipe formada pelos Professores Doutores Felix Dieter Antreich e Dimas Irion Alves, pelo Coronel Especialista em Comunicações Olympio Lucchini Coutinho, pelo Capitão Aviador Leandro Geraldo da Costa e pelo Capitão Aviador Derek do Espírito Santo Nogueira.
O simulador permite a recriação virtual de diversos cenários complexos de combate eletrônico, incluindo interferências do tipo Range Gate Pull-Off (RGPO) e técnicas passivas baseadas em abertura sintética com o uso de antena única. Esses recursos tornam a ferramenta essencial para estudos avançados e o desenvolvimento de soluções tecnológicas no setor de defesa.
De acordo com o coordenador do PPGAO, Coronel Aviador Sérgio Rebouças, a capacidade de simular diferentes situações operacionais facilita o estudo e a criação de contramedidas eletrônicas mais eficazes, contribuindo diretamente para o aprimoramento das capacidades operacionais da Força Aérea Brasileira (FAB). “Com esse registro, conseguimos também demonstrar nossa capacidade de desenvolvimento tecnológico, o que fortalece as competências da FAB e do país na fronteira do conhecimento, integrando a pesquisa acadêmica com demandas operacionais concretas”, destacou.
Além do uso em cenários de guerra eletrônica, os algoritmos implementados no software também estão sendo avaliados para aplicações na área espacial. Especificamente, o simulador é considerado uma base tecnológica para o Projeto de Desenvolvimento de Cargas Úteis de Recepção de Sinais Eletromagnéticos para Satélites (LOM – Fase 1), iniciativa apoiada pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e executada no Centro de Competência em Guerra Eletrônica (CCGE) do ITA.
IMPACTO ACADÊMICO
Além de sua aplicação operacional direta, o Simulador Avançado de Radar já se consolida como uma ferramenta essencial na formação de especialistas militares. O software vem sendo empregado em cursos de alto nível, como o Curso de Especialização em Análise do Ambiente Eletromagnético (CEAAE), oferecido no âmbito da pós-graduação do ITA, reforçando a capacitação técnica de profissionais atuantes em Guerra Eletrônica.
O impacto acadêmico da ferramenta também se reflete em sua utilização como base para diversas publicações científicas, apresentadas em eventos técnicos de destaque, como o Simpósio de Aplicações Operacionais em Áreas de Defesa (SIGE), o Simpósio Brasileiro de Telecomunicações (SBrT) e a revista especializada Spectrum.
Entre as contribuições recentes, destacam-se os trabalhos “Simulação e Análise dos Efeitos da Técnica de Interferência Range Gate Pull-Off em Detectores CFAR”, apresentado no SBrT 2024, e “Single Antenna Passive Synthetic Aperture DoA”, publicado no SIGE 2024.
A Pró-Reitora de Administração do ITA, Coronel Intendente Vivian Santos Gomes, destacou o papel estratégico da atuação conjunta entre civis e militares no avanço científico e tecnológico do país. “Iniciativas como o Simulador Avançado de Radar evidenciam o papel fundamental do ITA no fortalecimento das capacidades operacionais e tecnológicas da FAB, refletindo um compromisso contínuo com a segurança nacional e o progresso científico brasileiro”, comentou.
GUERRA ELETRÔNICA
A Guerra Eletrônica pode ser compreendida como uma modalidade de conflito focada no domínio do espectro eletromagnético. Essa área envolve o uso de tecnologias avançadas para interromper ou manipular comunicações e sistemas de detecção inimigos, enquanto protege os próprios sistemas contra interferências. Trata-se de uma das formas mais críticas e eficazes de atuação militar contemporânea, amplamente empregada em operações ao redor do mundo.
Atualmente, o Centro de Competência em Guerra Eletrônica (CCGE) do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) atua no fomento ao ensino e à pesquisa em áreas estratégicas para a Defesa Nacional. Sua missão é viabilizar soluções educacionais e científicas em Guerra Eletrônica, por meio da implementação, adaptação e manutenção de infraestrutura laboratorial, além de prestar assessoria técnico-científica à Força Aérea Brasileira (FAB) em temas alinhados às suas linhas de pesquisa.
Vídeo mostra caça da FAB sendo reabastecido no ar durante operação no Brics
Da Redação | Publicada em 08/07/2025
Vídeo mostra caça da FAB sendo reabastecido no ar durante operação no Brics. As imagens, divulgadas pela Força Aérea Brasileira, exibem a técnica utilizada para garantir maior autonomia às aeronaves de combate, que não precisam pousar. Na gravação, a operação é realizada entre as aeronaves KC-390 Millennium e F-5 durante a missão que restringiu parte do espaço aéreo do Rio de Janeiro. Com o procedimento, o avião-tanque e o caça são pareados e uma mangueira é lançada no ar, por onde o caça se aproxima e se conecta para receber o combustível.
BRICS 2025: Força Aérea mostra poder com reabastecimento em voo
Pormarcelo Barros | Publicada em 08/07/2025 11:00
No céu do Rio de Janeiro, durante a Cúpula do BRICS 2025, a Força Aérea Brasileira (FAB) demonstrou sua capacidade estratégica com tecnologia de ponta e operações coordenadas. Sob comando do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), caças F-5M armados garantiram a vigilância do espaço aéreo com apoio direto do KC-390 Millennium, que realizou reabastecimento em voo — manobra dominada por poucos países e essencial para manter os vetores de defesa permanentemente operacionais durante o evento.
Capacidade técnica: como funciona o reabastecimento em voo
O reabastecimento em voo é uma das manobras mais complexas da aviação militar. Requer precisão extrema, sincronia entre piloto e operador de carga e condições aerodinâmicas específicas. No BRICS 2025, a FAB utilizou o KC-390 Millennium, aeronave projetada e fabricada no Brasil, como plataforma de abastecimento dos caças F-5M que patrulhavam a área de exclusão aérea estabelecida sobre o Rio de Janeiro.
Essa operação permite que os caças permaneçam em missão por horas seguidas, sem a necessidade de retornar à base. O processo envolve o lançamento de uma mangueira pela aeronave-tanque e o acoplamento da sonda do caça, com transferência de combustível em pleno voo, a velocidades que ultrapassam 500 km/h. A eficiência desse sistema garante resposta imediata e contínua, elemento essencial para garantir a segurança de um evento internacional como o BRICS.
Integração entre as Forças Armadas: defesa conjunta no espaço e no solo
A operação no BRICS 2025 foi exemplo de atuação conjunta e integrada das Forças Armadas. Enquanto os vetores da FAB protegiam o espaço aéreo com patrulhas constantes e interceptações — incluindo um helicóptero não autorizado —, unidades de Defesa Antiaérea do Exército e da Marinha operavam em solo, cobrindo pontos estratégicos da cidade e assegurando a área de exclusão vermelha próxima ao local da cúpula.
Essa sinergia foi possível graças à atuação permanente do COMAE, comando operacional responsável por coordenar a defesa aeroespacial em tempo real. O modelo adotado garante que qualquer ameaça, aérea ou terrestre, seja monitorada, identificada e neutralizada com rapidez e precisão, dentro do arcabouço legal previsto no Decreto nº 12.542/2025, que regula a atuação do SISDABRA em eventos de alta sensibilidade.
Poder dissuasório e soberania: o que o Brasil demonstrou ao mundo
Mais do que uma operação de segurança, a atuação da FAB no BRICS 2025 foi uma demonstração clara de soberania nacional e capacidade de projeção de poder. Ao empregar tecnologia própria, coordenação interforças e um modelo eficiente de comando e controle, o Brasil mostrou ao mundo que tem condições de proteger sua liderança regional e seus ativos estratégicos em solo e no ar.
O uso do KC-390 Millennium, símbolo da indústria de defesa nacional, reforça o comprometimento com a autonomia operacional e o investimento em capacidades que poucos países dominam. Em tempos de tensões globais, garantir o controle total do espaço aéreo durante um evento como o BRICS não é apenas uma questão de segurança: é uma afirmação clara de que o Brasil está pronto para defender seus interesses com tecnologia, disciplina e prontidão militar.
A GAZETA DO AMAPA -Forças Armadas preparam megaoperação na Amazônia para outubro
Da Redação | Publicada em 08/07/2025 10:24
As Forças Armadas iniciaram os preparativos para a Operação Atlas, uma das maiores ações militares já planejadas na região amazônica. Entre os dias 2 e 11 de outubro, tropas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica vão atuar em conjunto em áreas de selva em Roraima, Amazonas, Pará e Amapá. O planejamento da missão vai até 10 de julho.
Segundo o Ministério da Defesa, a operação está focada principalmente na logística, na integração operacional entre as Forças e na demonstração de capacidade de resposta diante de potenciais ameaças externas. Em nota oficial, o almirante de esquadra Renato Freire destacou o caráter estratégico do exercício.
“A Operação Atlas não é apenas mais um exercício de adestramento conjunto. É uma demonstração inequívoca de nossa capacidade de adaptação a cenários globais dinâmicos e complexos, de nossa prontidão e da qualidade de resposta a qualquer desafio que se apresente”.
Dividida em três fases, a operação começa desse modo com o planejamento, seguido pelo deslocamento de tropas entre os dias 27 de setembro e 1º de outubro. A última etapa contempla os exercícios simultâneos em solo, rios e espaço aéreo da região.
Movimento é resposta a incidente venezuelano
Blindados, embarcações e aeronaves serão utilizados em manobras coordenadas, testando assim a capacidade de mobilização rápida e a integração entre os comandos regionais. A previsão é de que centenas de militares participem das atividades, com ênfase na atuação em áreas remotas e de difícil acesso.
A realização da Operação Atlas na Amazônia vai ocorrer meses depois de um episódio que elevou a tensão na fronteira norte. Em janeiro deste ano, veículos blindados da Venezuela cruzaram a divisa em Roraima, alarmando autoridades brasileiras e a população de Pacaraima. O governo venezuelano disse que houve um erro de navegação, mas o incidente aumentou sobretudo a desconfiança em relação ao regime de Nicolás Maduro.
Na ocasião, o comandante militar da Amazônia, general Costa Neves, afirmou que houve uma resposta imediata. “Transformamos um esquadrão em um regimento. Multiplicamos por três nossa capacidade. Estamos muito bem equipados”. O general ressaltou, aliás, o reforço no contingente, assim como na estrutura de defesa ao norte do país.
A tensão bilateral se agravou principalmente depois das declarações de Maduro ameaçando invadir a região de Essequibo, na Guiana, utilizando rota terrestre que passaria por território brasileiro. O governo Lula não reconheceu a reeleição do líder venezuelano e vetou sua entrada no Brics, o que ampliou a irritação do regime chavista.
Instabilidade coloca soberania em jogo
Apesar do histórico recente e da crescente instabilidade regional, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que a situação está “absolutamente sob controle”. Segundo ele, a Operação Atlas reforça o compromisso do Brasil com a proteção de suas fronteiras e a manutenção da soberania nacional.
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